O sofrimento do justo parece não ter um motivo aparente, e você pode
se perguntar o porquê que Deus permite a provação? Não é Ele maior do
que Satanás? Não tem maior poder? A verdade é que Satanás sente-se dono
deste mundo. “Tudo isso te darei” – disse Satanás a Jesus – “se
prostrado me adorares” (Mateus 4.9). Ele (o Diabo) sente-se dono deste
mundo e pensa que tem o direito de intervir junto à criação de Deus,
para trazer sofrimento, dor, desespero.
Deus nunca prometeu que não sofreríamos. O filho de Deus (Jesus
Cristo) passou por sofrimento e aflições, e deixou o alerta dizendo que
“no mundo teríamos aflições” (João 16.33), mas que Ele nos deixaria paz
(João 14.27).
Por que sofremos?
Tiago 5.17 diz que “Elias era homem sujeito as mesmas paixões que nós
e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não
choveu sobre a terra”. Você pode imaginar o grande profeta Elias,
dizendo para a chuva que ela não deveria vir? Você pode se imaginar em
meio a está tempestade e dizendo para a chuva não descer? Elias era
homem sujeito as mesmas tempestades. Ele chegou a um ponto de sua vida,
se deitou debaixo de uma árvore e pediu para morrer. Em outras palavras
ele disse para Deus que não aguentava mais (1 Reis19.4). “Já basta!”
Lázaro estava enfermo, as irmãs dele enviaram a Jesus um mensageiro
com o seguinte recado: “…Senhor, está enfermo aquele a quem tu amas.”
Aqueles a quem Jesus ama, podem ficar enfermos. Mas a Bíblia afirma em
João 11.32 que Lázaro morreu. E Maria reclamou: “…Senhor, se estiveras
aqui, meu irmão não teria morrido.” Ter Jesus não significa seguro de
vida. Mas ter Jesus significa que ainda quando morto, viverá (João
11.25).
Agora observe o relato da vida de um homem chamado Jó. Ele foi
considerado pelo próprio Deus como um dos três homens mais piedosos de
todos os tempos (Ezequiel 14.14). Não é sem razão que, em hebraico, seu
nome tenha um significado tão amoroso: voltado para Deus. Jó era de uma
terra chamada Uz, localizada no Norte da Arábia.
A narrativa do livro de Jó introduz o testemunho do próprio Deus a
Satanás sobre os valores de seu servo (Jó 1.8).Tudo ia bem com Jó. Mas
por mais perfeita e agradável que fossem as obras de Jó, jamais
poderemos justificar-nos diante de Deus, pois as obras não passa de
trapos diante de Deus (Isaias 64.6). A pergunta de Miquéias deixa bem
claro que não importa o que temos ou podemos oferecer, ainda é pouco se
comparado a tudo que Deus é e faz por nós. “Com que me apresentarei ao
Senhor e me inclinarei ante o Deus altíssimo? Virei perante ele com
holocaustos, com bezerros de um ano?” (Miquéias 6.6).
Como poderá o homem justificar-se diante de Deus? (Jó 25.4) Que homem
de Deus ainda não foi provado? Se Ele procura os seus fiéis (Salmos
101.6), se procura os verdadeiros adoradores (João 4.23). Uns são
provados quanto a sua obediência, e outros quanto ao seu temperamento,
outros, com respeito ao apego aos bens terrenos.
Não foi isso que Ele fez com José? Observe o jovem hebreu na prisão
do Egito – seus irmãos o venderam; a esposa de Potifar o entregou. Se o
seu mundo está desabando, imagine o mundo de José. Tudo por ele ter
sonhado. Maldito sonho! – ele poderia ter pensando – mas na verdade ele
decidiu ser fiel.
Considere ainda Moisés, cuidando dos rebanhos no deserto. Era isso
que ele pretendia fazer com sua vida? Foi por isso que ele estudou no
Egito? Dificilmente.
E por fim o relato do Salmo 23. Ele diz que o “Senhor é o meu pastor”
e em seguida afirma que “ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte não temeria”. Por que? “tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado
(sofrimento) me consolam”.
Fonte: gospelprime