Para sermos cristãos verdadeiros,
temos que viver em honestidade com Deus e sua Palavra, sem querer
maquiar a proposta da piedade com cores mais brilhantes do que de fato
são. Por isso, precisamos olhar as boas-novas de Jesus com sinceridade
absoluta. E isso inclui desfrutar de todas as bênçãos e promessas da
fé – mas também arcar com o preço caro que custa seguir Jesus.
O fato é que o evangelho
pressupõe sim sofrimento. Esqueça por um momento as pregações que ouviu
de pastores triunfalistas, que se promovem fazendo somente sermões para
você se sentir bem, do tipo “a vida do cristão é um mar de rosas”. Vamos
dar ouvidos a quem tem autoridade desinteressada sobre o assunto. O
apóstolo Paulo diz em Filipenses 1.21: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. Ou seja, o sentido da vida é Jesus. Ele
é a razão de viver, a meta, o alvo, o objetivo, o motivo de levantarmos
da cama pela manhã, o foco de tudo o que fazemos no dia a dia. Tudo o
que realizamos, falamos, deixamos de fazer, criamos, defendemos; todas
as nossas ações, enfim, devem ter como motivo principal ir após Cristo.
E o que significa “viver Cristo”, “ir após Cristo”? Em Marcos 8.34, num ensinamento que é citado em duas outras passagens bíblicas, é o próprio Jesus quem esclarece: “Então,
convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e
siga-me”. Então viver Cristo significa, antes de tudo, negar a
si mesmo. Pare e pense em toda a sua profundidade o que isso implica:
dizer não para si. Para seus desejos, suas vontades, seus objetivos
pessoais e suas inclinações e pôr os desígnios do Senhor em primeiro
lugar. É amar a Deus sobre todas as coisas… de fato.
A segunda parte da definição de Cristo sobre o que deve fazer quem quiser vivê-lo é “tomar a sua cruz”.
Uma cruz do tipo que era usado no Império Romano na época da morte de
Jesus pesava cerca de 90 quilos. Não consigo imaginar como isso
seria humanamente possível. E não consigo imaginar como alguém pode
crer que isso seja um mar de rosas. Não é: é duro, exige esforço e
pressupõe sofrimento.
Portanto, vemos que ser um
cristão, que significa viver Cristo, exige a negação de si mesmo e um
sofrimento análogo ao de carregar uma cruz. É aí que fica claro o
aspecto dolorido de nossa fé, o mar de sofrimento. Mas, se você já está
desanimando por perceber a dureza de caminhar pelo estreito Caminho que
leva à Porta estreita, surge então a parte final do que significa ir
após Cristo: o mar de rosas do “…e siga-me”. E é aí que está nossa
esperança.
Seguir significa ir de um ponto
“A” até um ponto “B” atrás de alguém. No caso da jornada cristã, o ponto
“A” é o momento exato em que Jesus nos reconciliou com o Pai, quando
fomos salvos. E o ponto “B”? Jesus ascendeu ao Céu e é lá que o
Onipresente está, como viu Estêvão: à direita de Deus em sua glória
eterna. Portanto, se o seguirmos esse será o destino final: o Céu. E,
então, Deus “lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já
não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).
Essas passagens resumem bem o
que significa a caminhada do cristão: uma vida pedregosa, com bons e
maus momentos, com dores e sofrimentos sim, com alegrias e boas
recordações sim, mas sem nenhuma promessa de riqueza material, ausência
de problemas, eliminação de doenças, nada disso. Ser cristão não é viver
isento de sofrimento – quem promete isso está ensinando autoajuda
gospel e não o evangelho puro e simples. Pelo contrário, Jesus nos
afirma que para ir após Ele temos de negar-nos e carregar uma pesada
cruz. Não, não será um mar de rosas.
Você certamente já leu na Bíblia
que Jesus pediu que tivéssemos bom ânimo, pois Ele sabia que neste
mundo teríamos aflições. Todos, indistintamente, cristãos ou não. A
diferença é que nós, que fomos chamado das trevas para a luz, temos a
esperança de seguir até onde Cristo está, o ponto “B”, o destino final: a
glória celeste, a paz eterna, a alegria sem fim de se ver na presença
do Criador do universo.
Portanto, para todo aquele que
está em Cristo e cuja vida tem sido um mar de sofrimento, não espere
falsas promessas. De mim você não as ouvirá. Mas posso te dar a
certeza de que, após nadar no mar do sofrimento terreno, na eternidade
você se banhará nas águas da vida do mar de rosas – a mesma certeza que
Paulo nos dá em 1 Coríntios 2.9: “Nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado
para aqueles que o amam”.
Você ama Jesus? Então prepare-se para dias melhores. Melhores, perfeitos e eternos.
Fonte e Autor: Blog cruz vazia
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